Porque a Tia Vera Odeia Software Livre

| 21/03/2005 | Tia Vera até conhecer a informática passava despercebida pelos corredores da empresa onde trabalhava. Passava horas e horas procurando imaginava soluções para os problemas inexistentes da empresa e toda vez que alguém perguntava a ela. Vera o que fazes?

Ela respondia com olhar de desdém, do alto dos seus 1,54 de altura. Ora sou a consultora de assuntos estratégicos e problemas insolúveis da empresa. E quando falavam, mas este cargo não existe, ela ficava irritada, pois passava horas tentando justificar as possíveis soluções para os possíveis problemas.

Certo dia, tia Vera imaginou, se adquirimos tecnologias que precisem de manutenção constante, treinamentos constantes e atualizações constantes, estaremos constantemente atualizados. É, o leitor deve já ter percebido que tia Vera não é um primor de genialidade.

Sonhava em ter uma equipe bem treinada e quando mais melhor, uma super estrutura, aparelhagem de última linha. Para parecer mais inteligentes nas reuniões, chegava até a decorar as siglas e números de série dos equipamentos, no caso de alguém mais inteligente começar estragar sua festa.

Tia Vera com o passar dos anos foi ficando cada vez melhor na técnica da “embromation”. Nome inventado para intelectualizar a bestialidade.

Mas como tudo que sobe, desce, o que aperta segura. Tia Vera foi surpreendida com o óbvio. Um visitante passando a convite do presidente da empresa, viu como aquela empresa que nem faturava tanto podia ter os mais caros sistemas, os mais caros equipamentos num ato quase que infantil, fez a pergunta cirúrgica que quase supurou o apêndice de tia Vera.

Porque gastar tanto, se não necessitamos de tantos recursos? O presidente, conhecedor da capacidade camuflante de tia Vera, prontamente solicitou explicações pomposas.

Tia Vera começou respondendo com siglas e números e o visitante, mineiramente aguardou suas explicações para a punhalada no coração, qual fazemos com um porco antes do preparo pururuca. Qual um mantra que deixava seus lábios dormentes, ela passou horas ante ao estranho justificando porque ela possuía o cargo de consultora de assuntos estratégicos e problemas insolúveis da empresa.

Jorge o visitante, após ouvir durante quase 30 minutos suas insanidades, parcimoniosamente esclamou, olhando nos olhos do presidente.

Você não precisava de nada disso.
Tia Vera, já pensando que deveria ter feito um curso de Karatê, para imobiliza o oponente, exclamou – Perai meu caro!

Este com jeito brejeiro, pediu-lhe calma, como uma cascavel armando o bote e explicou.

Vocês gastaram uma fortuna com atualizações de programas e para quê?Será que os recursos novos são realmente necessários à empresa?

O editor de texto na versão mais antiga não edita, não corrige o texto, não faz mala direta, não tem negrito, itálico, não salva. Então para quê mudar?

Tia Vera rezava para que aquele homem pudesse ser acometido por um mal qualquer e que viesse a falecer naquele instante. Mas Jorge não dava trégua
e continuou.

Quanto se gastou com treinamento e quanto se melhorou a produção? Estas perguntas nem tia Vera nem o presidente conseguiam responder.

Neste momento Jorge solidário ao desespero do amigo recomendou que este utilizasse Software Livre, pois teria acesso ao fonte de todos os programas e poderia resolver os problemas adaptando os códigos, sem a necessidade de novos desenvolvimentos proprietários e que a economia gerada poderia ser convertida e treinamento e novos desenvolvimentos específicos.

Após este primeiro contato, o presidente igual a criança que ganha um brinquedo novo solicitou ciclos de palestras, grupos de estudo e uma implantação e conversão imediata de todos os sistemas da empresa para SL.

Como tia Vera sabia que se isso viesse a acontecer seu cargo de consultora de assuntos estratégicos e problemas insolúveis da empresa estaria afetado, ela pediu que cada estudo fosse submetido a rigorosos critérios técnicos de desempenho e falha.

Esta estória começou em 2003 e até hoje somente uns poucos servidores foram migrados e para a alegria de tia Vera, eles geram custos de manutenção altíssimos, pois foram configurados pelo sobrinho jeitoso. Mas esta é uma outra estória.

Abraços e até o próximo artigo.

Prof. Flávio Brito
Coord. GRAL

Autor: Flávio Brito
Fonte: http://www.gral.org.br/artigos_detalhes.php?cod_artigo=17

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