Paraná economiza R$ 15 milhões com software livre

Editoria: Governos
24/May/2005 - 10:30
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A implementação de software livre na administração estadual trouxe uma economia de aproximadamente R$ 15 milhões em licenças, desde que o governo, no fim de 2003, decidiu dar preferência a esse tipo de programa. O dado é de Vitório Furusho, coordenador de educação em software livre da Companhia Paranaense de Informática (Celepar) e um dos integrantes entusiastas do Movimento Software Livre Paraná.

Ele afirma que a intenção é de gradativamente todas as secretarias e órgãos do Estado realizarem a substituição de softwares proprietários, que necessitam de pagamento de royalties de licenciamento para uso. A migração dos sistemas vem sendo feita numa parceria entre a Secretaria Especial para Assuntos Estratégicos (Seae) e a Celepar.

Nessa política de dar preferência a software livre, o Estado vai substituindo não só o sistema operacional da Microsoft, migrando para o Linux, mas também aplicativos para processamento de textos, planilhas e apresentações de slide. O Microsoft Office vai dando lugar ao OpenOffice e para o acesso a internet começa a ser usado o Mozilla Firefox. Segundo Furusho, essas mudanças nas secretarias e órgãos são acompanhadas de treinamento.

Desenvolvimento

Furusho diz que a Celepar vem também fazendo a substituição gradativa das funções do Lotus Notes. Para isso, foi desenvolvido pela empresa o software Expresso Livre, que acopla funções de correio eletrônico, agenda de eventos e catálogo de endereços, e vem sendo usado pela maioria dos órgãos governamentais do Paraná. "Falta ainda desenvolvermos função de fluxo de processos (workflow) que o Lotus Notes possui, para que se possa completar a migração desse tipo de programa", explica ele. Essa função permite o desenvolvimento de trabalho em grupo, planejamento e controle.

Mas para Furusho, a migração para softwares livre não tem como vantagem exclusiva a economia de recursos. O fato de o código desse tipo de programa ser aberto favorece a pesquisa e o desenvolvimento de profissionais locais. "Os softwares livres contribuem para a aprendizagem e o desenvolvimento científico nacional", considera.

Ele afirma também que, ao se dar preferência para programas de código aberto, está se favorecendo a autonomia tecnológica do País na área de softwares, pois a dependência dos países produtores pode ser minimizada.

Telecentros estão sendo ampliados

A economia com licenças tem contribuído para a inclusão digital no Paraná. Segundo Nelson Cândido, assessor de Projetos da Companhia de Informática do Paraná (Celepar), o governo do Estado está podendo desenvolver 30% mais de telecentros ao usar programas livres, como o sistema operacional Linux e OpenOffice, do que se estivesse utilizando software Proprietário.

Os telecentros fazem parte de uma estratégia governamental de levar aos municípios de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) o acesso a novas tecnologias e à informação. "Essas regiões em que são instalados possuem carência informativa", afirma o assessor.

Conforme Nelson, quando são instalados telecentros, a primeira iniciativa é realizar um treinamento na comunidade local.

Essa ação é realizada em programas livres, como o OpenOffice, software similar ao Microsoft Office que traz recursos de processamento de texto, planilhas e apresentação de slides. "Esses jovens tornam-se multiplicadores do conhecimento adquirido", afirma.

Cada telecentro possui de cinco a dez computadores disponíveis para uso. Nelson afirma que há 35 telecentros instalados no Paraná, oito na Região Metropolitana de Curitiba e o restante no interior do Estado. Nos municípios de Ortigueira e Ventania, os primeiros a terem unidades instaladas, quase 10% da população utiliza os telecentros. "Em outras cidades, verifica-se um cadastramento semanal de 200 a 300 pessoas". Segundo Nelson, a intenção do projeto é chegar a 200 unidades até o final de 2006. (RD)

Troca de sistema tem sido freqüente

Segundo o professor doutor do Departamento de Informática da Universidade Federal de Curitiba (UFPR), Marcos Castilho, a migração de usuários é algo comum na área de softwares. Mas em tempos recentes a troca do sistema operacional Windows pelo Linux vem acontecendo com maior freqüência. "A mudança de plataforma não é muito trivial, mas no mundo corporativo vem ganhando cada vez mais espaço", afirma.

Os usuários domésticos, segundo ele, no entanto, não têm feito mudança de sistema operacional com tanto ímpeto. Muitas vezes por uma questão de cultura, outras por causa da disponibilidade de jogos.

Feito para rede

Castilho, que também é diretor de treinamento do Centro de Computação Científica e Software Livre (C³SL), afirma que uma grande vantagem do Linux é ter sido concebido para ser usado em rede, diferente do Windows.

Código aberto

Menos esforço, mais eficiência no resultado. Não é bem dessa maneira simplista que o bacharel em Tecnologia de Informação, Antônio Rodrigues Barros, explica uma característica bastante útil para os desenvolvedores que os programas de código aberto possuem. "Softwares com código aberto permitem que você os adapte às suas necessidades. Muitas vezes não é necessário desenvolver todo um programa, pois pela internet é possível encontrar muitos códigos desenvolvidos. Sempre tem alguém que enfrentou o mesmo problema que você", explica.

Para ele, o software livre representa a liberdade de pode desenvolver e contar com a ajuda de outras pessoas. (RD)

Fonte: Paraná On-Line

Na foto: Victório Furusho, da Celepar: treinamento intenso para acompanhar as mudanças.



Fonte: Governo do Estado do Paraná

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