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Esse video é para quem come carne
visite este outro e quando for comer um bife (pra quem ainda come) pense duas vezes
http://www.youtube.com/watch?v=aHTNq33cXBQ&feature=related
Cê tá estudando para LPI?
Dá uma passada no slideshare
Não deixe de ler este:
Certificação Linux: Conhecendo o caminho das pedras - Bruna Griebeler
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Linux 101 Hacks
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Física quântica e espiritualidade
Só aceito críticas de quem assistir tudo, ok?
Outra coisa, aqui não está a palestra inteira!
Para ver tudo acesse este link do youtube.
Outra coisa, aqui não está a palestra inteira!
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Criando engrenagens no inkscape
Você encontra mais video-aulas minhas no canal do projeto E-jovem
http://www.youtube.com/user/projetoejovem
Habilitando o "magic space" no seu ~/.bashrc
Obs: me cansei de tentar colar códigos no blogger, toda vez que houver algum código vou usar algum site de snippets.
É interessante perceber que certos manuais só são compreendidos depois de certa maturidade, cito como exemplo este, pelo qual já havia passado várias vezes e não tinha me dado conta das pérolas alí contidas.
É interessante perceber que certos manuais só são compreendidos depois de certa maturidade, cito como exemplo este, pelo qual já havia passado várias vezes e não tinha me dado conta das pérolas alí contidas.
Epiphany o navegador para máquinas modestas
Se você perceber que o navegador está consumindo muitos recursos de sua máquina teste o epiphany
apt-get install -y epiphany-browser epiphany-extensions
Rio: Policiais Corruptos tentam levar descrédito à implantação das UPPs
Após ações no Morro do Alemão surgiram denúncias contra policiais.
A leitura correta disto é a seguinte: Diante do desmantelamento do esquema de corrupção mantido pela banda podre da polícia que historicamente fazia pactos de não agressão com os bandidos, alguns policiais corruptos, ainda dentro da corporação buscam meios de levar descrétido à implantação das UPPs
Os policiais corruptos, que historicamente pactuaram com o crime organizado, não iriam perder uma oportunidade de levar descrétido a uma ação que vai contra seus interesses. Acredito que a continuidade da atuação da Polícia Federal irá desmantelar seu esquema. Aliás quem não lembra? Há um certo tempo 70 policiais do Rio foram presos pela PF, concursados da própria PF que já estavam na academia da Polícia Federal, prestes a assumir os cargos foram pegos.
A leitura correta disto é a seguinte: Diante do desmantelamento do esquema de corrupção mantido pela banda podre da polícia que historicamente fazia pactos de não agressão com os bandidos, alguns policiais corruptos, ainda dentro da corporação buscam meios de levar descrétido à implantação das UPPs
Os policiais corruptos, que historicamente pactuaram com o crime organizado, não iriam perder uma oportunidade de levar descrétido a uma ação que vai contra seus interesses. Acredito que a continuidade da atuação da Polícia Federal irá desmantelar seu esquema. Aliás quem não lembra? Há um certo tempo 70 policiais do Rio foram presos pela PF, concursados da própria PF que já estavam na academia da Polícia Federal, prestes a assumir os cargos foram pegos.
Vim: Dos2Unix function
Adicionei uma exceção, de modo que a mesma só funciona se o arquivo estiver salvo, quem sabe depois não implemento um modo de atuar sobre um buffer novo.
I added an exception so that it only works if the file is saved, then maybe not implement a way to act on a new buffer.
Obrigado ao Bruno Boaventura pela correção do português!
I added an exception so that it only works if the file is saved, then maybe not implement a way to act on a new buffer.
Obrigado ao Bruno Boaventura pela correção do português!
Conheça o ack um concorrente matador para o grep
http://betterthangrep.com/
Para instala-lo na sua pasta ~/bin (caso tenha) é moleza
O parâmetro final pega o nome do executável como parâmetro do chmod
Há uma ferramenta similar feita em python
http://pypi.python.org/pypi/grin
Leia mais sobre o grin aqui.
Para instala-lo na sua pasta ~/bin (caso tenha) é moleza
curl http://betterthangrep.com/ack-standalone > ~/bin/ack && chmod 0755 !#:3
O parâmetro final pega o nome do executável como parâmetro do chmod
Top 10 reasons to use ack instead of grep.
- It's blazingly fast because it only searches the stuff you want searched.
- ack is pure Perl, so it runs on Windows just fine.
- The standalone version uses no non-standard modules, so you can put it in your ~/bin without fear.
- Searches recursively through directories by default, while ignoring .svn, CVS and other VCS directories.
- Which would you rather type?
$ grep pattern $(find . -type f | grep -v '\.svn')
$ ack pattern
- Which would you rather type?
- ack ignores most of the crap you don't want to search
- VCS directories
- blib, the Perl build directory
- backup files like foo~ and #foo#
- binary files, core dumps, etc
- Ignoring .svn directories means that ack is faster than grep for searching through trees.
- Lets you specify file types to search, as in --perl or --nohtml.
- Which would you rather type?
$ grep pattern $(find . -name '*.pl' -or -name '*.pm' -or -name '*.pod' | grep -v .svn)
$ ack --perl pattern
- Which would you rather type?
- File-filtering capabilities usable without searching with ack -f. This lets you create lists of files of a given type.
$ ack -f --perl > all-perl-files - Color highlighting of search results.
- Uses real Perl regular expressions, not a GNU subset.
- Allows you to specify output using Perl's special variables
- Example: ack '(Mr|Mr?s)\. (Smith|Jones)' --output='$&'
- Many command-line switches are the same as in GNU grep:
-w does word-only searching
-c shows counts per file of matches
-l gives the filename instead of matching lines
etc. - Command name is 25% fewer characters to type! Save days of free-time! Heck, it's 50% shorter compared to grep -r.
Há uma ferramenta similar feita em python
http://pypi.python.org/pypi/grin
Leia mais sobre o grin aqui.
Vim: Visual Select Mode
Fonte: StackOverflow
Consider the following common scenarios:
You need to select to the next matching parenthesis.
You could do:
You want to select text between quotes:
You want to select a curly brace block (very common on C-style languages):
Caso esteja no mei de parênteses chaves ou colchetes basta pressionar % que ele pula automaticamente para o começo e em seguida fica alternando entre começo e vim.
Consider the following common scenarios:
You need to select to the next matching parenthesis.
You could do:
v%
if the cursor is on the starting/ending parenthesisvib
if the cursor is inside the parenthesis block
You want to select text between quotes:
- vi" for double quotes
- vi' for single quotes
You want to select a curly brace block (very common on C-style languages):
viB
vi{
Caso esteja no mei de parênteses chaves ou colchetes basta pressionar % que ele pula automaticamente para o começo e em seguida fica alternando entre começo e vim.
O que esperar do novo Firefox
Botando a cara no mundo
Alguma vez você já fez esta pergunta?
Como fazer para que cada vez que eu fizer um comentário em um blog meu rosto apareça ao lado do comentário?
Basta criar uma conta aqui: http://pt.gravatar.com/
No br-linux há uma página explicando direitinho, neste link.
Já fiz um post sobre como criar o avatar no gimp
http://vivaotux.blogspot.com/2008/11/como-criar-um-avatar-usando-o-gimp.html
veja o resumo aqui:
Avatar Com o Gimp
Referência para estudo: http://wwrant.blogspot.com/2007/08/adding-your-gravatar-to-blogger.html
Como fazer para que cada vez que eu fizer um comentário em um blog meu rosto apareça ao lado do comentário?
Basta criar uma conta aqui: http://pt.gravatar.com/
No br-linux há uma página explicando direitinho, neste link.
Já fiz um post sobre como criar o avatar no gimp
http://vivaotux.blogspot.com/2008/11/como-criar-um-avatar-usando-o-gimp.html
veja o resumo aqui:
Avatar Com o Gimp
Referência para estudo: http://wwrant.blogspot.com/2007/08/adding-your-gravatar-to-blogger.html
Programando o seu editor favorito
Abaixo três funções legais para inserir no seu ~/.vimrc, assim você pode pressionar F4 e inserir um cabeçalho e cada vez que um arquivo que contiver cabeçalho for salvo ele faz um update na data de forma transparente.
Avanço tecnológico faz ricos se rebelarem contra impostos
Não se enganem, o pobre sempre pagou e paga seus impostos corretamente, os ricos é que sempre sonegaram. A CPMF cobrava uma fração sobre movimentação de cheques, agora reflita comigo:
A CPMF é uma forma de pegar os grandes sonegadores deste país, grandes empresários que sempre conseguem burlar o fisco.
A CPMF é uma forma de pegar os grandes sonegadores deste país, grandes empresários que sempre conseguem burlar o fisco.
Vim - Chose color themes to vim
Get Top 100 Themes to vim at
http://www.vim.org/scripts/script.php?script_id=625
Uncompress colors, open gvim and do:
:args *
after create this cmap to switch color
Há um site que converte temas do texmate para vim ou do kate
http://coloration.sickill.net/
se quizer tentar tem alguns temas do texmate aqui:
https://github.com/filmgirl/TextMate-Themes/
http://www.vim.org/scripts/script.php?script_id=625
Uncompress colors, open gvim and do:
:args *
after create this cmap to switch color
Há um site que converte temas do texmate para vim ou do kate
http://coloration.sickill.net/
se quizer tentar tem alguns temas do texmate aqui:
https://github.com/filmgirl/TextMate-Themes/
Sed - ame-o ou deixe-o
separando o ultimo campo de um caminho
O problema
Galera, preciso pegar o ultimo campo. Vou explicar, tenho as linhas /dados/teste/uu/eu.sh /dados/eu/eu.log /nfs/bin/cp preciso separar o que é o full path e o que é o arquivo. Tipo: full=/dados/teste/uu/ arq=eu.sh full=/dados/eu/ arq=eu.log e por ai vai.
A solução
sed -i.backup -r 's,(.*/)(.*),full=\1 \narq=\2,' arquivo
use '-i' para alterar diretamente o arquivo com o sed, com -i.backup ele gera um backup antes troquei o delimitador para não confundir com as barras veja sed - r ............. expressões regulares extendidas (.*/) ......... grupo 1 tudo até a ultima barra (.*) .......... grupo 2 nome do arquivo \1 ............ coloca o grupo 1 no local indicado \2 ............ coloca o grupo 2 no local indicado \n ............ note o \n antes de 'arq='
Bazar beneficente em Fortaleza
Compareça e divulgue. Leve um Kg de alimente não perecível que
será doado para a creche Santa Maria Goreth (Av. Godofredo Maciel Parangaba).
será doado para a creche Santa Maria Goreth (Av. Godofredo Maciel Parangaba).
Novo site de buscas
A primeira impressão que tive foi que ele é muito rápido, além disso
ele não tem propaganda e é muito personalizável, por exemplo você pode
habilitar https por padrão. Acesse nete link. Se desejar ir além pesquise
por recursos ocultos, pesquisei o que aconteceu no dia do meu nascimento
"november 8, 1968".
Tem mais coisa
Para saber mais acesse: https://duckduckgo.com/goodies.html
O site ainda não tem sugestões de busca como o google mas já existe um plugin para esta tarefa: http://nfriedly.com/stuff/duckduckgoogle/
ele não tem propaganda e é muito personalizável, por exemplo você pode
habilitar https por padrão. Acesse nete link. Se desejar ir além pesquise
por recursos ocultos, pesquisei o que aconteceu no dia do meu nascimento
"november 8, 1968".
Tem mais coisa
pw .......... gera uma senha aleatória
rand 100 .... gera um numero aleatório
ip .......... pega o seu ip externo
j/k ......... avança/retrocede na listagem
50*45 ....... faz calculos como o google
#vim ........ busca hastags do twitter
Para saber mais acesse: https://duckduckgo.com/goodies.html
O site ainda não tem sugestões de busca como o google mas já existe um plugin para esta tarefa: http://nfriedly.com/stuff/duckduckgoogle/
Artigo sobre a mentalidade do brasileiro nas eleições
Ainda bem que esperança mais uma vez venceu o medo, mas continuando nossa jornada leia este artigo:
http://claudioalex.multiply.com/journal/item/1365/1365
http://claudioalex.multiply.com/journal/item/1365/1365
Se você usa o vim teste o plugin surround
Cara, se eu tivesse testado este plugin antes eu não estaria tão arrependido, arrependido de não usar a mais tempo. Mas não faça apenas instalar, leia o manual para ver o poder absurdo deste plugin, não é a toa que ele está entre os top plugins do vim.
Surround Plugin from Derek Wyatt on Vimeo.
Obtenha-o aqui: http://www.vim.org/scripts/script.php?script_id=1697
Surround Plugin from Derek Wyatt on Vimeo.
Obtenha-o aqui: http://www.vim.org/scripts/script.php?script_id=1697
Entenda porque amo o editor vim
Globals, Command Line and Functions from Derek Wyatt on Vimeo.
In this "advanced" video, we use the modification of an XML Mindmap into a standard bullet-style hierarchical list. To do this, we do nothing but use the Command-Line. Why? Well, we want to remember this stuff persistently in a function later. Ultra cool stuff!
Thanks to "Freemind" and "BoinxTV" for their excellent software.
Rádio CBN tentando induzir o eleitor ao erro
Vejam que tantativa deslavada de manipulação ideológica, tentar especular como será o governo da Dilma, da mesma forma que acharam que o Governo Lula seria uma catástrofe eles agora ficam tentando dizer como será um governo ainda nem começou.
Não se engane meu povo a elite é inteligente, só que o povo brasileiro ainda precisa estar atento para não cair nesse engodo. veja o link citado aqui.
Não se engane meu povo a elite é inteligente, só que o povo brasileiro ainda precisa estar atento para não cair nesse engodo. veja o link citado aqui.
Como instalar o vim 7.3 à partir do código fonte
http://vim.wikia.com/wiki/Building_Vim
http://vim.wikia.com/wiki/Compile_a_separate_copy_of_Vim_for_Python_coding
Outra referência que baixa os fontes usando o mercurial
http://askubuntu.com/questions/7283/where-can-i-find-vim-7-3
http://vim.wikia.com/wiki/Compile_a_separate_copy_of_Vim_for_Python_coding
Outra referência que baixa os fontes usando o mercurial
http://askubuntu.com/questions/7283/where-can-i-find-vim-7-3
Serra não se cansa de mentir
'Seguro-desemprego, coisa do Serra', diz PSDB na TV. Mentira. Benefício começou c/ este decreto de 1986: http://bit.ly/aB0iTU #SerraMilCaras
Site geek do dia
Visite e depois diga o que acho http://shifteleven.com/
Além de tratar de assuntos legais o design é da hora.
Além de tratar de assuntos legais o design é da hora.
A injustiça e a miséria
Uma frase, entre tantas possíveis é capaz de resumir as causas da violência em
nosso país: "A paz é fruto da justiça". Quantos assaltantes de banco, quantos
traficantes de drocas de 8 anos de idade vocẽ conhece? Quer dizer que os atuais
assaltantes e criminosos de toda espécie são fruto não do governo atual. Como
uma semente que se planta a injustiça não tem reflexos imediatos. Desde
o regime militar milhares de nordestinos abandonados à sua própria sorte
migravam para os guetos das grandes cidades, os filhos destes aos poucos
contribuiram para criar os grupos organizados de tráfico de drogas. Ao mesmo
tempo o dinheiro do país escoava para paraísos fiscais de bancos suiços, aliás
á Suiça é que é o país mais corrupto do mundo.
Após um ciclo de exploração da miséria que parecia interminável, pela primeira
vez na história deste país alguem consegue agir na direção contrária ao
interesses particulares e olha para seu povo. Diante do risco eminete aos seus
interesses a classe dominante, dona dos meios de comunicação, rádios, revistas
e jornais, atua com toda força, mentindo, caluniando e forjando "verdades" para
conseguir seus objetivos. Para eles a ética é algo mutante, a verdade algo que
se pode criar ou esculpir e assim ganhar a forma que lhes convém, e nós
nacionalistas e que amamos nosso povo não podemos calar nesta hora. É chegada
a hora da luta.
nosso país: "A paz é fruto da justiça". Quantos assaltantes de banco, quantos
traficantes de drocas de 8 anos de idade vocẽ conhece? Quer dizer que os atuais
assaltantes e criminosos de toda espécie são fruto não do governo atual. Como
uma semente que se planta a injustiça não tem reflexos imediatos. Desde
o regime militar milhares de nordestinos abandonados à sua própria sorte
migravam para os guetos das grandes cidades, os filhos destes aos poucos
contribuiram para criar os grupos organizados de tráfico de drogas. Ao mesmo
tempo o dinheiro do país escoava para paraísos fiscais de bancos suiços, aliás
á Suiça é que é o país mais corrupto do mundo.
Após um ciclo de exploração da miséria que parecia interminável, pela primeira
vez na história deste país alguem consegue agir na direção contrária ao
interesses particulares e olha para seu povo. Diante do risco eminete aos seus
interesses a classe dominante, dona dos meios de comunicação, rádios, revistas
e jornais, atua com toda força, mentindo, caluniando e forjando "verdades" para
conseguir seus objetivos. Para eles a ética é algo mutante, a verdade algo que
se pode criar ou esculpir e assim ganhar a forma que lhes convém, e nós
nacionalistas e que amamos nosso povo não podemos calar nesta hora. É chegada
a hora da luta.
Desde 2004, PSDB paulista gastou R$ 250 milhões com a mídia (quase tudo sem licitação)
Materia original neste link.
excelente!
Do VioMundo
Transparência é sine qua non em todo negócio público. Uma das formas de garanti-la é a licitação, quase sempre obrigatória. Mesmo nas situações excepcionais em que é dispensável, o contrato da minuta tem de estar disponível, on-line, para consulta. O descumprimento dessas normas tem de ser denunciado, é óbvio.
“Desde 2004, especialmente de 2007/2008 em diante, a FDE pagou no mínimo R$250 milhões (R$248.653.370,27) [valores não corrigidos] à Abril, Folha, Estadão, Globo/Fundação Roberto Marinho”, denuncia NaMaria, do NaMaria News , ao Viomundo. “A maioria sem licitação.”
“As vendas maciças desse papelório à FDE coincidem com o apoio crescente da mídia à candidatura José Serra e apoio ao PDSB”, observa NaMaria. “As publicações são apenas cortina de fumaça. Uma desculpa perfeita, pois com dinheiro do FNDE podem-se comprar tais coisas. Porém, o que a FDE comprou, de verdade, foi a palavra nesses espaços.”
“Em São Paulo, à custa da educação pública estão se construindo inúteis ‘escolas de papel’”, nota NaMaria. “Afinal, esse papelório é dispensável e o destino, o lixo. Quem não se lembra dos Cadernos do Aluno, caríssimos, feitos em editoras como a Plural (da Folha), Ibep, Posigraf, FTD, que foram encontrados em caçambas de lixo, e dos que tinham o mapa da América do Sul com dois Paraguais?”
“Todo o dinheiro da compra de jornais, revistas, apostilas, inclusive daquelas mochilas que o Serra alardeia nas propagandas, vem do FNDE”, revela NaMaria. “Mas a SEE-SP e a FDE omitem, fazem bonito com os donos da mídia com o chapéu do governo federal. As compras estão dentro da lei, mas será que são relevantes?”
Por exemplo, para a Editora Abril/FundaçãoVictor Civita foram entregues R$ 52.014.101,20 para comprar 4.543.401 exemplares de diferentes publicações. Com esse dinheiro, poderiam ser construídas quase 13 escolas ou 152 salas de aula novinhas, com capacidade para mais de 15 mil alunos nos três períodos – considerando que uma escola com 12 salas custe R$ 4,1 milhões e cada sala cerca de R$340 mil.
FNDE é o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, vinculado ao Ministério da Educação e Cultura (MEC). A FDE-SP, criada para cuidar da construção e infraestrutura escolar, cresceu demais, adquiriu poderes imensos, virou um buraco negro. Exceto a folha de pagamento, passa por aí desde o dinheiro para a compra de papel higiênico (suprimentos), merenda, material didático, mobiliário escolar, kits escolares (mochila, cadernos etc.), projetos pedagógicos, capacitações até o destinado para aquisição de computadores e softwares.
“A FDE sequer publica no Diário Oficial (DO) a justificativa de suas compras que dispensam de licitação”, condena NaMaria. “Até hoje encontrei poucas. Por exemplo: assinaturas do Diário Oficial, feitas pelas Diretorias de Ensino, locações de imóveis, serviços emergenciais de limpeza escolar. Mesmo assim incompletas. Outras secretarias até publicam, a Educação, não. Não é piada?”
O NaMaria News existe há um ano e meio. A “dona” é uma web-pesquisadora muito dedicada e competente, com faro finíssimo para descobrir desmandos na educação pública, principalmente os praticados pelo PSDB de São Paulo. A veracidade e excelência do seu trabalho são tamanhas que NaMaria hoje é referência.
NaMaria é uma só. Mas, por meio das redes, vira uma legião capaz de chegar a qualquer canto do Brasil. Por isso, neste segundo turno da eleição presidencial, o Viomundo entrevistou-a, para entender melhor os meandros dos negócios dos tucanos na área educacional.
Afinal, a Secretaria da Educação Estadual de São Paulo é uma das maiores empresas públicas do mundo: tem 4.449.689 de alunos (matrículas 2009), 278.443 professores ativos (comprove aqui) e execução orçamentária recorde em 2009 de R$ 1.9 bilhão (Relatório FDE).
Viomundo – Vou começar com a pergunta que todo mundo gostaria de fazer a você: como descobre tudo isso?
NaMaria – (Risos)…lendo o Diário Oficial de São Paulo. Lá temos drama, suspense, ação, ficção científica, mistério. E um pouco da realidade, que não faz mal a ninguém. Vai dizer que a notícia dada no DO de que o Alckmin, quando governador em 2003, acabaria com as enchentes do Tietê não é ficção? E que saiu por quase um bilhão de reais, com dinheiro japonês, não é de matar de emoção? Só é.
O Diário Oficial também tem muita diversão. É como se eu me movesse num enorme labirinto. Por exemplo, eu chego lá com o número de um contrato ou o nome de algum personagem histórico do mundo dos negócios. Eu tenho de seguir o rastro dele, atentando às mínimas pistas, para reconstruir as tramas. Às vezes ao “caçar” compras de jornais e revistas sem licitação, acho um contrato recém-assinado, milionário, com empresa de aluguel de computadores ou serviço de lanches, prestação de serviços em eventos.
Sem dúvida, o DO (risos, de novo) é o melhor jornal de todos os tempos. Parece ser o único que fala alguma verdade – mesmo que por outras vias. Há também os leitores que nos enviam sugestões de pesquisa, denúncias, perguntas interessantes.
Viomundo – Qual o seu diagnóstico da educação pública em São Paulo?
NaMaria – Quem mora em outro estado e vê a propaganda, acha que a nossa educação vai muito bem. Tremenda ilusão. A propaganda é bonita mas pura mentira. A educação vai péssima. O fracasso pedagógico está claríssimo. Basta conversar com pais, alunos e professores. As escolas públicas paulistas são protótipos caros de cadeias e túmulos de sonhos. As crianças e os jovens que as frequentam são o que menos importam aos gestores. Idem os professores.
Viomundo – São Paulo é o estado mais rico da federação, a Secretaria de Educação tem muito dinheiro. Por que os resultados práticos são tão ruins?
NaMaria — Dinheiro não significa qualidade. E dinheiro mal empregado, pior ainda. É a máxima do menos é mais, só que ao avesso. O fracasso pedagógico decorre da filosofia implantada aqui: a nossa educação é baseada em negócios.
Viomundo – Esse modelo começou com o Serra na Prefeitura?
NaMaria – A filosofia, não. Mas a relação desse modelo de negócio com a mídia, sim. Muitos dos meganegócios, prestações de serviços, projetos “pedagógicos”, empresas ganhadoras e práticas atuais da FDE tiveram berço com Serra quando prefeito de São Paulo.
Viomundo – Comecemos pela filosofia.
NaMaria — A educação baseada em negócios começou em Brasília, no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), quando Paulo Renato de Souza era ministro da Educação (1995 a 2001). Vários membros da equipe abriram empresas quando saíram do governo e passaram a vender serviços para o próprio governo. O próprio Paulo Renato montou a PRS Consultoria. A Veja, parceira visceral da SEE-SP, já no início da década de 90 fazia elogios rasgados à política educacional do Paulo Renato.
Em janeiro de 2005, quando o Serra se tornou prefeito, muitos deles vieram para cá para implantar o projeto de negócio em educação.
Em dezembro de 2007, já com Serra governador de São Paulo, o projeto aparece no estado. A secretária de Educação era Maria Helena Guimarães de Castro, ex-MEC e ex-secretária de Educação do Distrito Federal, do então governador José Roberto Arruda.
Daí, veio também para a SEE-SP a Iara Glória Areias Prado, ex-secretária-adjunta de Educação da Prefeitura, ex-assessora na empresa PRS do Paulo Renato, esposa do “homem das pesquisas”Antônio de Pádua Prado Júnior, o Paeco, cuja empresa APPM tem significativos clientes, entre eles a agência Lua Branca, do Luiz Zinger González, o marketeiro atual do Serra, cuja mesma agência fez trabalhos caríssimos para o Paulo Renato na SEE e que também é Conselheiro Consultivo da Fundação Mário Covas.
Veio ainda a Cláudia Aratangy, hoje Diretora de Projetos Especiais no lugar da Iara Prado, que exerce outras funções poderosas. Veio a Guiomar Namo de Mello, que também é executiva da Fundação Victor Civita, é diretora da EBRAP – Escola Brasileira de Professores, conselheira na Sangari Brasil, está dentro da SEE/FDE – tendo sido contratada não pela Educação, mas através da FUNDAP Fundação do Desenvolvimento Administrativo – (ver também a Resolução SE – 79, de 3-11-2009) –; é da equipe executora dos Cadernos dos Professores “Gestão do Currículo na Escola” 2008-2010 e por aí vai. Daí tem também a Maria Inês Fini, Zuleika de Felice Murrie e depois Eliane Mingues, entre outros.
A lista é imensa, podemos ficar aqui uma semana enumerando a ciranda. Detalhe: todos da turma do Paulo Renato dos tempos de MEC. Desde 2009, Paulo Renato é o secretário da Educação do Estado de São Paulo.
Viomundo – Você disse que muitas das práticas atuais da FDE tiveram início com Serra quando prefeito…
NaMaria – Te dou um exemplo. A Central de Atendimento da FDE é feita pela Call Tecnologia e Serviços, que chegou na Prefeitura de São Paulo, em abril de 2006, para fazer a Central 156. A Call foi parar, via licitação, na Educação de SP em março de 2009, para fazer um serviço que já era feito pelos funcionários da FDE: atender as chamadas telefônicas, orientar os usuários etc..
Mas o Paulo Renato e o Serra acharam por bem ter uma “empresa terceirizada mais profissional” para o serviço, para agilizar. Só que um tanto mais cara também: algo como R$ 3.984.000,00 (contrato 52/0020/09/05) – fora a tonelada de equipamentos, instalações e software que tiveram de comprar para a coisa andar direito; então lá se foram alguns milhões. E as empresas fornecedoras desses equipamentos e serviços também são velhas conhecidas tanto da prefeitura quanto do estado. Uma parte dessa aventura já foi tratada no NaMaria News (aqui). É bom não esquecer que a Call Tecnologia, original de Brasília, está na Operação Caixa de Pandora – junto com outras empresas de tecnologia, gráfica e software que negociam com São Paulo.
O Serra, na verdade, fez da prefeitura um piloto do que colocaria em prática, depois, no governo do estado. Testou tudo: tipos de negócios, projetos, mega-assinaturas de publicações da Abril, Estadão, Folha, Globo, ex-membros da equipe do Paulo Renato, até o próprio Paulo Renato. Portanto não é errado pensar que o seu governo estadual foi piloto para o que pretende fazer, se eleito como presidente. Ele gosta de um projeto-piloto.
Viomundo – Mas a Marta Suplicy (PT-SP) também comprou assinaturas revistas da Abril e outras editoras quando prefeita…
NaMaria – A Marta assim como governos anteriores. Acontece que ela comprava a maioria definitiva e comprovadamente para as bibliotecas. Quem queria ler ou consultar, ia às bibliotecas e pronto. No DO é fácil comprovar isso. Portanto, em quantidades e valores mínimos se comparados ao que vimos com Serra na Prefeitura, depois no governo do estado de São Paulo. É o caso do projeto Ler e Escrever, que surgiu na Prefeitura em 2005. Em 2007, ele apareceu na SEE-SP.
Viomundo – O que é o projeto Ler e Escrever?
NaMaria – Entre outras funções mais nobres, ele é responsável por comprar livros, sem licitação, em grandes quantidades, entre os quais aqueles noticiados em toda imprensa como “pornográficos”, tipo o Memórias Inventadas, do Manoel de Barros (463.088 exemplares, por R$ 2.315.440,00). Há editoras campeãs de vendas também, — estamos levantando isso.
Mas o mais intrigante desse projeto são as compras denominadas “materiais de apoio pedagógico”. Por exemplo: dez contratos [2008-2010] de revistinhas da Turma da Mônica (e Cascão), da Panini, que custaram aos cofres públicos de São Paulo quase R$ 27 milhões, sendo um deles de R$14 milhões numa tacada.
Foram gastos R$18 milhões em revista Recreio, da Abril. Para a Ediouro, nas compras de Coquetel Picolé, foram mais de R$6 milhões.
Aí, eu pergunto. Do ponto de vista educacional-pedagógico, que utilidade tem essas revistinhas? NENHUMA. Bem, os adeptos sempre podem recorrer à faceta lúdica, mas e aí? Como é isso na sala de aula?
Da Fundação Victor Civita, a Secretaria da Educação de São Paulo comprou 18.160 assinaturas da revista Nova Escola no final de 2004 e em outubro de 2007, respectivamente. Em 2008, saltou para 220 mil assinaturas, que custaram R$ 3.740.000,00.
Curiosidade: além de ter a Nova Escola no local de trabalho, os professores passaram a receber as revistas em suas casas. O que significa que endereços e dados pessoais dessa gente foram para o banco de dados da Fundação Victor Civita, sem permissão ou conhecimento prévio de seus donos.
O NaMaria acompanhou algumas dessas aquisições do Ler e Escrever. Só para a revistinha Turma da Mônica, da Editora Panini, que já teve negócios com a Globo, a FDE pagou a ” módica” quantia de R$ 14.277.067,20.
O quadro abaixo não é completo, é apenas um apanhado do que eu consegui levantar. Mas é de desnortear qualquer um, concorda?
Viomundo – NaMaria já denunciou a compra de outras assinaturas, como Veja, Estadão, Folha, IstoÉ, Época, Galileu… Tem ideia das justificativas para as compras e de quanto o governo de São Paulo pagou nos últimos anos às empresas que fazem essas publicações?
NaMaria – Raramente se encontra no Diário Oficial os contratos dessas compras, apesar de ser obrigatória a publicação bem como a justificativa, portanto não sabemos porque essa e não outra e tal. Mas sobre gastos dá para ter uma noção maior, desde que esteja tudo publicado. De modo que o meu apanhado é apenas de uma parte do dinheiro gasto. Pelas pesquisas do NaMaria, desde 2004, especialmente de 2007/2008 em diante, foram entregues no mínimo R$250 milhões (R$248.653.370,27) [valores não corrigidos]. Sem dúvida é mais do que isso, mas já dá para fazer uma reflexão.
Se pegarmos as compras feitas pela FDE à Abril (Guia do Estudante Vestibular, Atlas Nacional Geographic, Revista Recreio e Veja) e Fundação Victor Civita (Revista Nova Escola), em contratos sem licitação que o DO aponta desde 2004 até agora, teríamos a quantia de R$52.014.101,20 (tabela abaixo).
Com o mesmo dinheiro entregue à Abril/Civita, sem qualquer percalço licitatório, em troca de papel, poderíamos construir quase 13 novas escolas ou cerca de 152 salas de aula, com capacidade para mais de 15 mil alunos nos três períodos (manhã, tarde e noite). Desafogaríamos as escolas existentes e atenderíamos dignamente os alunos e comunidades.
Viomundo – Impressão ou as compras de “papéis” da SEE-SP são uma barafunda?
NaMaria – Não é impressão. É real. Se analisarmos os últimos 16 anos dos tucanos na educação em São Paulo, você descobrirá que não há um projeto verdadeiro de educação. Há “projetos”, para atender “interesses” de A ou B.
O universo das compras da SEE-SP é monumental, compra-se de tudo. E isso facilita compras de papelório de editoras, gráficas, fundações vinculadas aos meios de comunicação.
Aliás, as vendas maciças de papelório à FDE coincidem com o apoio crescente da mídia à candidatura José Serra e apoio ao PDSB. As publicações são apenas cortina de fumaça. Uma desculpa perfeita, pois com o dinheiro do FNDE podem-se comprar tais coisas sem grandes problemas. Porém, o que a FDE comprou, de verdade, foi a palavra nesses espaços.
Viomundo – Daria para clarear essas compras de papelório?
NaMaria – São confusas, mesmo. Muitas coisas são para os alunos, pelo menos são compras que pertencem a “projetos” criados para os alunos. É o caso dos livros do Ler e Escrever, também os do Salas de Leitura.
Tem muito projeto para incentivar a leitura, mas a biblioteca é um horror na maioria das escolas. Ou falta espaço físico, pois ela passa a ser um depósito de computadores “velhos”, apostilas “velhas”, materiais em geral. Ou há desinteresse administrativo. Ou, ainda, falta de competência mesmo. Criaram então um “projeto” em que os alunos levam os livros para casa e fazem sua própria biblioteca, eles não ficam na escola.
O que se vê em todos é um gasto fenomenal de dinheiro, algumas vezes com escolhas inapropriadas para idade/série. Não há dúvida de que é bacana o aluno, sobretudo o mais carente, ter sua pequena biblioteca, mas infelizmente há mais coisas por trás disso.
Viomundo – Esses livros são “trabalhados” nas salas de aula?
NaMaria – Não dá para saber ao certo, embora a SEE crie materiais (e capacitações presenciais e on-line), ensinando os professores a usar os materiais que coloca nas classes.
Eu gostaria muito de saber como são usadas, por exemplo, as centenas de milhares de exemplares do Guia do Estudante Atualidades Vestibular e a Revista do Professor – Atualidades, da Abril. Elas são “primas” e caminham juntas. Se a gente olhar por alto alguns contratos, entre 2008-2010, vemos os gastos de mais de R$25 milhões. Mas como, exatamente, funcionam na escola não há registro por parte da SEE-SP ou da FDE. São informações que não chegam ao público comum.
No entanto, é facílimo averiguar. Não para nós, claro. Basta um grupo de deputados – eles têm passe livre – ir até algumas escolas, e analisar construções, mobiliários, reformas, livros, apostilas, computadores, merenda, entre outras coisas. Escolham as mais distantes, evitem as mais próximas ou as consideradas “melhores” pelo padrão FDE. E cheguem sem avisar, principalmente. Depois, divulguem amplamente os resultados. Duvido que tudo esteja o mar de rosas que a Secretaria da Educação de São Paulo anuncia nas propagandas.
Viomundo – Qual a sua avaliação dos tais Caderno do aluno [tem também o Caderno do professor], que são apostilas como as de cursinho pré-vestibular?
NaMaria – Os Caderno do aluno são considerados materiais pedagógicos. Apoiado pelo mesmo pessoal que o acompanha desde o MEC, o Paulo Renato achou bacana ter essas apostilas. A FDE fez licitações para a impressão [serviços gráficos], contratou professores especialistas em cada área, montou equipe interna de técnicos e mandou ver, como o NaMaria mostrou (aqui) em novembro de 2009.
O estarrecedor, como sempre, foi a quantidade de dinheiro entregue às seis gráficas ganhadoras, entre elas aquela metida com o vazamento do ENEM, a Plural, do grupo Folha. Até novembro de 2009, a Secretaria da Educação, via FDE, havia entregado às empresas quase R$84 milhões [valores não atualizados]. A Plural foi a que mais recebeu: R$28 milhões. Fez inclusive apostilas que não estavam no edital. O levantamento precisa ser atualizado em 2010, algumas gráficas saíram, outras entraram e os valores certamente são outros. É preciso acrescentar muito dinheiro à essa conta.
Viomundo – O que sabe mais dos tais Caderno do aluno?
NaMaria – Além do mapa com dois Paraguais, de eles terem sido encontrados em caçambas de lixo, os alunos criaram sites com as respostas. Por exemplo, recentemente teve o caso do link que levava os alunos ao impróprio Naked News em vez de site de conjunto de jornais. O NaMaria foi o primeiro a divulgar isso, lembra-se?
Os professores da rede também criticam abertamente a qualidade desses materiais. Pelo que observo na internet, a maioria não os utiliza em sala de aula, mas representantes da FDE já anunciaram a continuidade das publicações – sabe-se lá até quando. É um belo negócio, esse do ensino apostilado.
Viomundo – As editoras privilegiadas por essas compras têm também gráfica. É só coincidência?
NaMaria -- As compras gráficas realmente merecem carinho especial. Se a SEE-SP tivesse gráfica, ela seria das maiores do Brasil. O estado tem a Imprensa Oficial, que poderia — e é usada pela SEE – mas nada se compara aos contratos com empresas privadas. Por exemplo, a Positivo começou como gráfica e hoje, muito graças à Secretaria da Educação de São Paulo, é uma gigante na informática. Para comprovar, basta seguir a história da empresa no DO desde o começo da informatização mais pesada do estado. A Positivo tem a Posigraf, que presta serviços de milhões e milhões à SEE-SP. Não podemos esquecer que bobina de papel é dinheiro disfarçado, faz milagres em eleições, sabia?
Viomundo – E as assinaturas dos jornais Folha e Estadão, Veja, Nova Escola, IstoÉ, Época…?
NaMaria — Dizem que são “materiais” para uso nas salas de professores, na administração e, claro, como apoio em sala de aula. Mas novamente não sabemos como isso se dá, nem qual a justificativa legal para tais compras. Como esses contratos dispensam licitação, não aparecem em DO, embora devessem. Por isso não sabemos a justificativa. Dá só para a gente imaginar – e ninguém pode reclamar se imaginarmos errado.
Quer outro exemplo de absurdo? Há um certo curso de idiomas que está acontecendo agora, outro projeto-piloto. A SEE-SP contratou algumas empresas particulares para fazer o que os professores da rede deveriam fazer: ensinar idiomas aos alunos estaduais. Mas como o projeto chama-se Programa de Aperfeiçoamento em Idiomas, fica parecendo que está tudo correto. Mas ele é muito estranho. Além de uma das empresas, a Multi Treinamento e Editora Ltda, estar em todo canto, pagam mais às empresas terceirizadas do que aos professores públicos. O NaMaria está pesquisando isso.
Viomundo – Da perspectiva de educação tem sentido a compra desse papelório?
NaMaria – Nem todas as compras parecem ter sentido. Sobretudo as feitas sem licitação, como aquelas das assinaturas de Veja, IstoÈ, Época, Folha, Estadão, El País e jornais do interior que mostrei no blog (aqui).
Há pedidos de informação na Assembleia. Há casos em investigação no Ministério Público de São Paulo. Mas não se sabe muita coisa, pois não publicam, demoram demais.
O fato é que o Tribunal de Contas aprova a maioria dessas compras sem ressalvas, julgam “regulares” e ponto. Quando ocorre o inverso, raras vezes, algo se passa que acabam bem da mesma forma, justificam-se as compras e tal. Mas como não temos acesso público às justificativas, sejam quais forem, a incógnita permanece.
Não há tanta transparência assim quanto dizem. Qual o sentido de se comprar só a Veja sendo que há a Carta Capital no mercado também? Por que apenas a Nova Escola se temos a Carta na Escola? Por que não licitar entre as editoras? Qual o sentido de gastar muitos milhões em Microsoft se há softwares livres ou outros que fazem o serviço melhor que os da Microsoft? Por que lançar um programa de venda de computadores para professores e nas máquinas estarem instalados o sistema operacional e as montanhas de tranqueiras da Microsoft que jamais serão usadas?
Ou seja: lançam um programa de “computadores mais baratos” e eles são de marca fornecedora da FDE há séculos (Positivo, por exemplo), com sistema operacional Microsoft e por aí vai. Por que criar apostilas cujos conteúdos são um tanto problemáticos, além de caríssimas, em vez de manter os livros aprovados pelo MEC e ao gosto do professor e seu currículo? Creio que estas e outras perguntas deveriam ser respondidas pelos professores e, logicamente, pelos alunos.
Viomundo – E a Globo onde entra nessas compras da FDE?
NaMaria – Via Fundação Roberto Marinho. Aí, há as apostilas do Telecurso, além dos cursos técnicos comprados pelo Estado. Ou através da Editora Globo, que vende livros, revistas… Pelo que achei até agora temos o pequeno valor de R$54.184.737,71 – entre os anos de 2005 e 2010. Bom, né?
Viomundo – Todas essas compras são feitas sem licitação, mesmo? Isso não seria irregular?
NaMaria – A maioria é sem licitação. A lei da inexigibilidade de licitação – artigo 25 inciso I, da Lei 8666/93, permite isso. A questão é que os contratos, mesmo sem licitação, e a respectivas justificativas deveriam estar no Diário Oficial. Pelo menos esses negócios ficariam mais transparentes. Mas isso não acontece na maioria dos casos. Como eu já disse: as outras secretarias até publicam no DO, a da Educação, raramente. Estranho, não é?
Poderíamos pensar em “ilegalidade” já que frequentemente há similares no mercado. Mas isso não é respeitado ou considerado.
Por outro lado, como se explica a compra por licitação dos materiais do Telecurso da Fundação Roberto Marinho para as escolas técnicas e os supletivos? O Namaria tratou disso (aqui). Por que fazer licitação para um material que somente a Fundação Roberto Marinho faz? Por que sempre entre as mesmas três gráficas licenciadas?
A gente tem de se esforçar e crer que são totalmente legais ou o mundo estaria perdido. Mas é preciso analisar mais profundamente. Por exemplo, há casos de licitações bastante estranhos. O certame para fazer “eventos” é um deles. Tudo indicava um ganhador, uma empresa campeã de contratos, a Objetiva, que é do Eduardo Graziano — irmão do Xico Graziano, funcionário público do governo FHC (assim como o irmão), e depois do Serra. A Objetiva sempre levava todas no mundo governamental, é muito influente.
Por mais que eu leia o DO, os editais e tudo mais, menos entendo esse caso. Nós publicamos no NaMaria o lançamento do edital em 18/agosto/2009 e contamos parte da história, baseada nos documentos oficiais. Apostamos na Objetiva, porque o histórico da empresa sugeria a vitória certa. Mas, no final ela perdeu. Publicamos novo texto com maiores levantamentos. Às vezes quem perde é mais empolgante do que quem ganha. Realmente foi algo “inexplicável”, entende?
Os editais, quando há licitação e são dispostos ao público, mostram muito mais do que se imagina. As compras de software, sempre Microsoft, são impressionantes. Há especificações tão “específicas” que sugerem que são dirigidas.
Aliás, se lermos com atenção as entrelinhas desses “projetos”, acompanharmos o que rezam os editais e conversarmos com professores e alunos, fica patente a filosofia da SEE-SP. Primeiro, vêm os “negócios”, depois o planejamento.
Viomundo – E agora?
NaMaria – Estamos diante de uma situação, cada vez mais preocupante. Há, por exemplo, um grupo de fornecedores específicos que estão no estado há muito tempo. Mesmo com reclamações, multas, serviços péssimos, eles continuam. As empresas camaleão também estão presentes. Empresas que fazem negócios em nome de outras que foram de fato ganhadoras, também – é o caso das antenas parabólicas, do Alckmin, que tem no blog. Ou seja: há uma espécie de terceirização até nisso.
O fato é que, embora tenhamos dinheiro e profissionais para tornar a educação pública de São Paulo equivalente às melhores existentes no mundo, os “negócios” tornaram-na um lixo. É necessária uma devassa nos contratos da FDE e da SEE-SP. Quem vai fazer isso com isenção e seriedade necessárias? Lanço aqui no Viomundo este desafio.
Desde 2004, PSDB paulista gastou R$ 250 milhões com a mídia (quase tudo sem licitação)
Enviado por luisnassif, sex, 15/10/2010 - 11:37
Por rita scaramuzzi
Do VioMundo
14 de outubro de 2010 às 19:37
NaMaria: Desde 2004, PSDB paulista gastou R$ 250 milhões com a mídia (quase tudo sem licitação)
por Conceição LemesTransparência é sine qua non em todo negócio público. Uma das formas de garanti-la é a licitação, quase sempre obrigatória. Mesmo nas situações excepcionais em que é dispensável, o contrato da minuta tem de estar disponível, on-line, para consulta. O descumprimento dessas normas tem de ser denunciado, é óbvio.
Rápida busca no Google revela que denúncias nesse setor (às vezes improcedentes) geralmente ganham destaque na velha mídia quando envolve pessoas e órgãos ligados ao governo federal ou aos aliados da base de sustentação do presidente Lula.
Essa mesma mídia, no entanto, silencia sobre as benesses que recebe da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (SEE-SP), via Fundação para Desenvolvimento da Educação (FDE), pela venda de apostilas, jornais, revistas, livros.“Desde 2004, especialmente de 2007/2008 em diante, a FDE pagou no mínimo R$250 milhões (R$248.653.370,27) [valores não corrigidos] à Abril, Folha, Estadão, Globo/Fundação Roberto Marinho”, denuncia NaMaria, do NaMaria News , ao Viomundo. “A maioria sem licitação.”
“As vendas maciças desse papelório à FDE coincidem com o apoio crescente da mídia à candidatura José Serra e apoio ao PDSB”, observa NaMaria. “As publicações são apenas cortina de fumaça. Uma desculpa perfeita, pois com dinheiro do FNDE podem-se comprar tais coisas. Porém, o que a FDE comprou, de verdade, foi a palavra nesses espaços.”
“Em São Paulo, à custa da educação pública estão se construindo inúteis ‘escolas de papel’”, nota NaMaria. “Afinal, esse papelório é dispensável e o destino, o lixo. Quem não se lembra dos Cadernos do Aluno, caríssimos, feitos em editoras como a Plural (da Folha), Ibep, Posigraf, FTD, que foram encontrados em caçambas de lixo, e dos que tinham o mapa da América do Sul com dois Paraguais?”
“Todo o dinheiro da compra de jornais, revistas, apostilas, inclusive daquelas mochilas que o Serra alardeia nas propagandas, vem do FNDE”, revela NaMaria. “Mas a SEE-SP e a FDE omitem, fazem bonito com os donos da mídia com o chapéu do governo federal. As compras estão dentro da lei, mas será que são relevantes?”
Por exemplo, para a Editora Abril/FundaçãoVictor Civita foram entregues R$ 52.014.101,20 para comprar 4.543.401 exemplares de diferentes publicações. Com esse dinheiro, poderiam ser construídas quase 13 escolas ou 152 salas de aula novinhas, com capacidade para mais de 15 mil alunos nos três períodos – considerando que uma escola com 12 salas custe R$ 4,1 milhões e cada sala cerca de R$340 mil.
FNDE é o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, vinculado ao Ministério da Educação e Cultura (MEC). A FDE-SP, criada para cuidar da construção e infraestrutura escolar, cresceu demais, adquiriu poderes imensos, virou um buraco negro. Exceto a folha de pagamento, passa por aí desde o dinheiro para a compra de papel higiênico (suprimentos), merenda, material didático, mobiliário escolar, kits escolares (mochila, cadernos etc.), projetos pedagógicos, capacitações até o destinado para aquisição de computadores e softwares.
“A FDE sequer publica no Diário Oficial (DO) a justificativa de suas compras que dispensam de licitação”, condena NaMaria. “Até hoje encontrei poucas. Por exemplo: assinaturas do Diário Oficial, feitas pelas Diretorias de Ensino, locações de imóveis, serviços emergenciais de limpeza escolar. Mesmo assim incompletas. Outras secretarias até publicam, a Educação, não. Não é piada?”
O NaMaria News existe há um ano e meio. A “dona” é uma web-pesquisadora muito dedicada e competente, com faro finíssimo para descobrir desmandos na educação pública, principalmente os praticados pelo PSDB de São Paulo. A veracidade e excelência do seu trabalho são tamanhas que NaMaria hoje é referência.
NaMaria é uma só. Mas, por meio das redes, vira uma legião capaz de chegar a qualquer canto do Brasil. Por isso, neste segundo turno da eleição presidencial, o Viomundo entrevistou-a, para entender melhor os meandros dos negócios dos tucanos na área educacional.
Afinal, a Secretaria da Educação Estadual de São Paulo é uma das maiores empresas públicas do mundo: tem 4.449.689 de alunos (matrículas 2009), 278.443 professores ativos (comprove aqui) e execução orçamentária recorde em 2009 de R$ 1.9 bilhão (Relatório FDE).
Viomundo – Vou começar com a pergunta que todo mundo gostaria de fazer a você: como descobre tudo isso?
NaMaria – (Risos)…lendo o Diário Oficial de São Paulo. Lá temos drama, suspense, ação, ficção científica, mistério. E um pouco da realidade, que não faz mal a ninguém. Vai dizer que a notícia dada no DO de que o Alckmin, quando governador em 2003, acabaria com as enchentes do Tietê não é ficção? E que saiu por quase um bilhão de reais, com dinheiro japonês, não é de matar de emoção? Só é.
O Diário Oficial também tem muita diversão. É como se eu me movesse num enorme labirinto. Por exemplo, eu chego lá com o número de um contrato ou o nome de algum personagem histórico do mundo dos negócios. Eu tenho de seguir o rastro dele, atentando às mínimas pistas, para reconstruir as tramas. Às vezes ao “caçar” compras de jornais e revistas sem licitação, acho um contrato recém-assinado, milionário, com empresa de aluguel de computadores ou serviço de lanches, prestação de serviços em eventos.
Sem dúvida, o DO (risos, de novo) é o melhor jornal de todos os tempos. Parece ser o único que fala alguma verdade – mesmo que por outras vias. Há também os leitores que nos enviam sugestões de pesquisa, denúncias, perguntas interessantes.
Viomundo – Qual o seu diagnóstico da educação pública em São Paulo?
NaMaria – Quem mora em outro estado e vê a propaganda, acha que a nossa educação vai muito bem. Tremenda ilusão. A propaganda é bonita mas pura mentira. A educação vai péssima. O fracasso pedagógico está claríssimo. Basta conversar com pais, alunos e professores. As escolas públicas paulistas são protótipos caros de cadeias e túmulos de sonhos. As crianças e os jovens que as frequentam são o que menos importam aos gestores. Idem os professores.
Viomundo – São Paulo é o estado mais rico da federação, a Secretaria de Educação tem muito dinheiro. Por que os resultados práticos são tão ruins?
NaMaria — Dinheiro não significa qualidade. E dinheiro mal empregado, pior ainda. É a máxima do menos é mais, só que ao avesso. O fracasso pedagógico decorre da filosofia implantada aqui: a nossa educação é baseada em negócios.
Viomundo – Esse modelo começou com o Serra na Prefeitura?
NaMaria – A filosofia, não. Mas a relação desse modelo de negócio com a mídia, sim. Muitos dos meganegócios, prestações de serviços, projetos “pedagógicos”, empresas ganhadoras e práticas atuais da FDE tiveram berço com Serra quando prefeito de São Paulo.
Viomundo – Comecemos pela filosofia.
NaMaria — A educação baseada em negócios começou em Brasília, no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), quando Paulo Renato de Souza era ministro da Educação (1995 a 2001). Vários membros da equipe abriram empresas quando saíram do governo e passaram a vender serviços para o próprio governo. O próprio Paulo Renato montou a PRS Consultoria. A Veja, parceira visceral da SEE-SP, já no início da década de 90 fazia elogios rasgados à política educacional do Paulo Renato.
Em janeiro de 2005, quando o Serra se tornou prefeito, muitos deles vieram para cá para implantar o projeto de negócio em educação.
Em dezembro de 2007, já com Serra governador de São Paulo, o projeto aparece no estado. A secretária de Educação era Maria Helena Guimarães de Castro, ex-MEC e ex-secretária de Educação do Distrito Federal, do então governador José Roberto Arruda.
Daí, veio também para a SEE-SP a Iara Glória Areias Prado, ex-secretária-adjunta de Educação da Prefeitura, ex-assessora na empresa PRS do Paulo Renato, esposa do “homem das pesquisas”Antônio de Pádua Prado Júnior, o Paeco, cuja empresa APPM tem significativos clientes, entre eles a agência Lua Branca, do Luiz Zinger González, o marketeiro atual do Serra, cuja mesma agência fez trabalhos caríssimos para o Paulo Renato na SEE e que também é Conselheiro Consultivo da Fundação Mário Covas.
Veio ainda a Cláudia Aratangy, hoje Diretora de Projetos Especiais no lugar da Iara Prado, que exerce outras funções poderosas. Veio a Guiomar Namo de Mello, que também é executiva da Fundação Victor Civita, é diretora da EBRAP – Escola Brasileira de Professores, conselheira na Sangari Brasil, está dentro da SEE/FDE – tendo sido contratada não pela Educação, mas através da FUNDAP Fundação do Desenvolvimento Administrativo – (ver também a Resolução SE – 79, de 3-11-2009) –; é da equipe executora dos Cadernos dos Professores “Gestão do Currículo na Escola” 2008-2010 e por aí vai. Daí tem também a Maria Inês Fini, Zuleika de Felice Murrie e depois Eliane Mingues, entre outros.
A lista é imensa, podemos ficar aqui uma semana enumerando a ciranda. Detalhe: todos da turma do Paulo Renato dos tempos de MEC. Desde 2009, Paulo Renato é o secretário da Educação do Estado de São Paulo.
Viomundo – Você disse que muitas das práticas atuais da FDE tiveram início com Serra quando prefeito…
NaMaria – Te dou um exemplo. A Central de Atendimento da FDE é feita pela Call Tecnologia e Serviços, que chegou na Prefeitura de São Paulo, em abril de 2006, para fazer a Central 156. A Call foi parar, via licitação, na Educação de SP em março de 2009, para fazer um serviço que já era feito pelos funcionários da FDE: atender as chamadas telefônicas, orientar os usuários etc..
Mas o Paulo Renato e o Serra acharam por bem ter uma “empresa terceirizada mais profissional” para o serviço, para agilizar. Só que um tanto mais cara também: algo como R$ 3.984.000,00 (contrato 52/0020/09/05) – fora a tonelada de equipamentos, instalações e software que tiveram de comprar para a coisa andar direito; então lá se foram alguns milhões. E as empresas fornecedoras desses equipamentos e serviços também são velhas conhecidas tanto da prefeitura quanto do estado. Uma parte dessa aventura já foi tratada no NaMaria News (aqui). É bom não esquecer que a Call Tecnologia, original de Brasília, está na Operação Caixa de Pandora – junto com outras empresas de tecnologia, gráfica e software que negociam com São Paulo.
O Serra, na verdade, fez da prefeitura um piloto do que colocaria em prática, depois, no governo do estado. Testou tudo: tipos de negócios, projetos, mega-assinaturas de publicações da Abril, Estadão, Folha, Globo, ex-membros da equipe do Paulo Renato, até o próprio Paulo Renato. Portanto não é errado pensar que o seu governo estadual foi piloto para o que pretende fazer, se eleito como presidente. Ele gosta de um projeto-piloto.
Viomundo – Mas a Marta Suplicy (PT-SP) também comprou assinaturas revistas da Abril e outras editoras quando prefeita…
NaMaria – A Marta assim como governos anteriores. Acontece que ela comprava a maioria definitiva e comprovadamente para as bibliotecas. Quem queria ler ou consultar, ia às bibliotecas e pronto. No DO é fácil comprovar isso. Portanto, em quantidades e valores mínimos se comparados ao que vimos com Serra na Prefeitura, depois no governo do estado de São Paulo. É o caso do projeto Ler e Escrever, que surgiu na Prefeitura em 2005. Em 2007, ele apareceu na SEE-SP.
Viomundo – O que é o projeto Ler e Escrever?
NaMaria – Entre outras funções mais nobres, ele é responsável por comprar livros, sem licitação, em grandes quantidades, entre os quais aqueles noticiados em toda imprensa como “pornográficos”, tipo o Memórias Inventadas, do Manoel de Barros (463.088 exemplares, por R$ 2.315.440,00). Há editoras campeãs de vendas também, — estamos levantando isso.
Mas o mais intrigante desse projeto são as compras denominadas “materiais de apoio pedagógico”. Por exemplo: dez contratos [2008-2010] de revistinhas da Turma da Mônica (e Cascão), da Panini, que custaram aos cofres públicos de São Paulo quase R$ 27 milhões, sendo um deles de R$14 milhões numa tacada.
Foram gastos R$18 milhões em revista Recreio, da Abril. Para a Ediouro, nas compras de Coquetel Picolé, foram mais de R$6 milhões.
Aí, eu pergunto. Do ponto de vista educacional-pedagógico, que utilidade tem essas revistinhas? NENHUMA. Bem, os adeptos sempre podem recorrer à faceta lúdica, mas e aí? Como é isso na sala de aula?
Da Fundação Victor Civita, a Secretaria da Educação de São Paulo comprou 18.160 assinaturas da revista Nova Escola no final de 2004 e em outubro de 2007, respectivamente. Em 2008, saltou para 220 mil assinaturas, que custaram R$ 3.740.000,00.
Curiosidade: além de ter a Nova Escola no local de trabalho, os professores passaram a receber as revistas em suas casas. O que significa que endereços e dados pessoais dessa gente foram para o banco de dados da Fundação Victor Civita, sem permissão ou conhecimento prévio de seus donos.
O NaMaria acompanhou algumas dessas aquisições do Ler e Escrever. Só para a revistinha Turma da Mônica, da Editora Panini, que já teve negócios com a Globo, a FDE pagou a ” módica” quantia de R$ 14.277.067,20.
O quadro abaixo não é completo, é apenas um apanhado do que eu consegui levantar. Mas é de desnortear qualquer um, concorda?
Panini Brasil LTDA | Contrato | LinkDiário Oficial | Valor |
90.000 unidades Almanaque do Cascão, 90.000 unidades Almanaque da Mônica | 15/0134/08/04 (Ler e Escrever) | 29/mar/2008 | 561.600,00 |
9.000 Assinaturas Revista da Turma Mônica | 15/0135/08/04 (Ler e Escrever) | 29/mar/2008 | 1.422.900,00 |
103.092 avulsas: 51.546 Almanaque do Cascão e 51.546 Almanaque da Mônica | 15/0695/08/04 (Ler e Escrever) | 29/mai/2008 | 321.647,04 |
5.155 Assinaturas Revista Turma da Mônica | 15/0694/08/04 (Ler e Escrever) | 12/ago/2008 | 815.005,50 |
Livros títulos diversos ficção e não-ficção para 2ª, 3ª e 4ª séries do Ciclo I | 15/1045/08/04 (Ler e Escrever) | 14/out/2008 | 47.946,30 |
57.310 assinaturas da Revista Turma da Mônica | 15/0147/09/04 (Ler e Escrever) | 2/abr/2009 | 14.277.067,20 |
34.938 assinaturas Turma da Mônica Jovem e 279.504 unidades avulsas nº 1 ao 8 Turma da Mônica Jovem | 15/0146/09/04 (Ler e Escrever) | 17/abr/2009 | 4.373.538,84 |
195.749 unidades Almanaque do Cascão e 195.749 unidades Almanaque da Mônica | 15/0148/09/04 (Ler e Escrever) | 17/abr/2009 | 1.291.943,40 |
11.295 assinaturas da Revista Turma da Mônica | 15/0502/09/04 (Ler e Escrever) | 6/ago/2009 | 2.344.842,00 |
392.000 avulsos do Almanaque da Turma da Mônica (196.000 do Cascão, 196.000 da Mônica) | 15/00549/10/04 (Ler e Escrever) | 23/jun/2010 | 1.332.800,00 |
Total | 26.789.290,28 | ||
Ediouro Ltda | Contrato | Link DO | Valor |
126.000 assinaturas Revista Coquetel Picolé (+ o aditamento ver DO 14/maio/08) | 15/0180/08/04 | 2/abr/2008 | 1.892.062,80 |
132.244 assinaturas Revista Coquetel Picolé | 15/0185/09/04 | 20/mai/2009 | 3.023.097,84 |
62.129 assinaturas Revista Coquetel Picolé | 15/0529/09/04 | 26/ago/2009 | 1.183.557,45 |
Total | 6.098.718,09 | ||
NaMaria – Raramente se encontra no Diário Oficial os contratos dessas compras, apesar de ser obrigatória a publicação bem como a justificativa, portanto não sabemos porque essa e não outra e tal. Mas sobre gastos dá para ter uma noção maior, desde que esteja tudo publicado. De modo que o meu apanhado é apenas de uma parte do dinheiro gasto. Pelas pesquisas do NaMaria, desde 2004, especialmente de 2007/2008 em diante, foram entregues no mínimo R$250 milhões (R$248.653.370,27) [valores não corrigidos]. Sem dúvida é mais do que isso, mas já dá para fazer uma reflexão.
Se pegarmos as compras feitas pela FDE à Abril (Guia do Estudante Vestibular, Atlas Nacional Geographic, Revista Recreio e Veja) e Fundação Victor Civita (Revista Nova Escola), em contratos sem licitação que o DO aponta desde 2004 até agora, teríamos a quantia de R$52.014.101,20 (tabela abaixo).
Com o mesmo dinheiro entregue à Abril/Civita, sem qualquer percalço licitatório, em troca de papel, poderíamos construir quase 13 novas escolas ou cerca de 152 salas de aula, com capacidade para mais de 15 mil alunos nos três períodos (manhã, tarde e noite). Desafogaríamos as escolas existentes e atenderíamos dignamente os alunos e comunidades.
Editora Abril / Victor Civita | Contrato | Link Diário Oficial | Valor |
18.160 assinaturas (renovação) Revista Nova Escola (DE’s/Ofs.Pedags/Escolas) SÓ HÁ 2 REGISTROS EM DO e eles falam em renovação – onde, quando o contrato inicial? | 42/2199/04/04 (ver DO 29/12/04) | 14/jan/05 | 326.880,00 |
18.160 assinaturas (renovação) Revista Nova Escola | 15/1063/07/04 | 23/out/2007 | 408.600,00 |
220.000 assinaturas da Revista Nova Escola – edições 216 a 225 (solicitado pela CENP para o “Ler e Escrever”) | 15/1165/08/04 (ver DO 1/10/2008) | 25/out/2008 | 3.740.000,00 |
4.475.480,00 | |||
415.000 exemplares Guia do Estudante Atualidades Vestibular 2008 | 15/0543/08/04 | 23/abr/2008 | 2.437.918,00 |
430.000 exemplares Edições nº 7 e 8 do Guia do Estudante Atualidades Vestibular | 15/1104/08/04 | 22/out/2008 | 4.363.425,00 |
430.000 Guia do Estudante Atualidades Vestibular Ed.08 + 20.000 Revista do Professor | 15/0063/09/04 | 11/fev/2009 | 2.498.838,00 |
540.000 Guia do Estudante Atualidades Vestibular Ed.09 + 25.000 Revista do Professor | 15/0238/09/04 | 16/jun/2009 | 3.143.120,00 |
540.000 Guia do Estudante Atualidades Vestibular Ed.10 + 27.500 Revista do Professor | 15/0614/09/04 | 29/ago/2009 | 3.249.760,00 |
540.000 Guia do Estudante Atualidades Vestibular 2º sem2009 + 27.500 Revista do Professor | 15/00024/10/04 | 2/abr/2010 | 3.177.400,00 |
540.000 Guia do Estudante Atualidades Vestibular Ed.11-2º sem2010 + 27.500 Revista do Professor N.5 | 15/00473/10/04 | 15/jun/2010 | 3.328.600,00 |
540.000 Guia do Estudante Atualidades Vestibular Ed.12-2º sem2010 + 27.500 Revista do Professor N.6 | 15/00762/10/04 | 17/ago/2010 | 3.328.600,00 |
25.527.661,00 | |||
3.000 assinaturas Revista Recreio | 15/0181/08/04 (Ler e Escrever) | 29/mar/2008 | 1.071.000,00 |
6.000 assinaturas Revista Recreio | 15/0182/08/04 | 29/mar/2008 | 2.142.000,00 |
5.155 assinaturas Revista Recreio | 15/0670/08/04 | 12/ago/2008 | 1.840.335,00 |
25.702 assinaturas Revista Recreio | 15/0149/09/04 | 17/abr/2009 | 12.963.060,72 |
2.259 assinaturas Revista Recreio | 15/0528/09/04 | 1/set/2009 | 891.220,68 |
18.907.616,40 | |||
95.316 Atlas Nacional Geographic vols. 1 a 26, sendo 3.666 exemplares de cada volume | 15/00273/09/04 (Sala de Leitura) | 28/mai/2010 | 733.200,00 |
5.200 assinaturas da Revista Veja | 15/00547/10/04 (Sala de Leitura) | 29/mai/2010 | 1.202.968,00 |
5.449 assinaturas da Revista Veja | 15/0355/09/04 | 20/mai/2009 | 1.167.175,80 |
3.103.343,80 | |||
52.014.101,20 |
Viomundo – Impressão ou as compras de “papéis” da SEE-SP são uma barafunda?
NaMaria – Não é impressão. É real. Se analisarmos os últimos 16 anos dos tucanos na educação em São Paulo, você descobrirá que não há um projeto verdadeiro de educação. Há “projetos”, para atender “interesses” de A ou B.
O universo das compras da SEE-SP é monumental, compra-se de tudo. E isso facilita compras de papelório de editoras, gráficas, fundações vinculadas aos meios de comunicação.
Aliás, as vendas maciças de papelório à FDE coincidem com o apoio crescente da mídia à candidatura José Serra e apoio ao PDSB. As publicações são apenas cortina de fumaça. Uma desculpa perfeita, pois com o dinheiro do FNDE podem-se comprar tais coisas sem grandes problemas. Porém, o que a FDE comprou, de verdade, foi a palavra nesses espaços.
Viomundo – Daria para clarear essas compras de papelório?
NaMaria – São confusas, mesmo. Muitas coisas são para os alunos, pelo menos são compras que pertencem a “projetos” criados para os alunos. É o caso dos livros do Ler e Escrever, também os do Salas de Leitura.
Tem muito projeto para incentivar a leitura, mas a biblioteca é um horror na maioria das escolas. Ou falta espaço físico, pois ela passa a ser um depósito de computadores “velhos”, apostilas “velhas”, materiais em geral. Ou há desinteresse administrativo. Ou, ainda, falta de competência mesmo. Criaram então um “projeto” em que os alunos levam os livros para casa e fazem sua própria biblioteca, eles não ficam na escola.
O que se vê em todos é um gasto fenomenal de dinheiro, algumas vezes com escolhas inapropriadas para idade/série. Não há dúvida de que é bacana o aluno, sobretudo o mais carente, ter sua pequena biblioteca, mas infelizmente há mais coisas por trás disso.
Viomundo – Esses livros são “trabalhados” nas salas de aula?
NaMaria – Não dá para saber ao certo, embora a SEE crie materiais (e capacitações presenciais e on-line), ensinando os professores a usar os materiais que coloca nas classes.
Eu gostaria muito de saber como são usadas, por exemplo, as centenas de milhares de exemplares do Guia do Estudante Atualidades Vestibular e a Revista do Professor – Atualidades, da Abril. Elas são “primas” e caminham juntas. Se a gente olhar por alto alguns contratos, entre 2008-2010, vemos os gastos de mais de R$25 milhões. Mas como, exatamente, funcionam na escola não há registro por parte da SEE-SP ou da FDE. São informações que não chegam ao público comum.
No entanto, é facílimo averiguar. Não para nós, claro. Basta um grupo de deputados – eles têm passe livre – ir até algumas escolas, e analisar construções, mobiliários, reformas, livros, apostilas, computadores, merenda, entre outras coisas. Escolham as mais distantes, evitem as mais próximas ou as consideradas “melhores” pelo padrão FDE. E cheguem sem avisar, principalmente. Depois, divulguem amplamente os resultados. Duvido que tudo esteja o mar de rosas que a Secretaria da Educação de São Paulo anuncia nas propagandas.
Viomundo – Qual a sua avaliação dos tais Caderno do aluno [tem também o Caderno do professor], que são apostilas como as de cursinho pré-vestibular?
NaMaria – Os Caderno do aluno são considerados materiais pedagógicos. Apoiado pelo mesmo pessoal que o acompanha desde o MEC, o Paulo Renato achou bacana ter essas apostilas. A FDE fez licitações para a impressão [serviços gráficos], contratou professores especialistas em cada área, montou equipe interna de técnicos e mandou ver, como o NaMaria mostrou (aqui) em novembro de 2009.
O estarrecedor, como sempre, foi a quantidade de dinheiro entregue às seis gráficas ganhadoras, entre elas aquela metida com o vazamento do ENEM, a Plural, do grupo Folha. Até novembro de 2009, a Secretaria da Educação, via FDE, havia entregado às empresas quase R$84 milhões [valores não atualizados]. A Plural foi a que mais recebeu: R$28 milhões. Fez inclusive apostilas que não estavam no edital. O levantamento precisa ser atualizado em 2010, algumas gráficas saíram, outras entraram e os valores certamente são outros. É preciso acrescentar muito dinheiro à essa conta.
Caderno do Aluno – gráficas | |||
Caderno do aluno – Editora FTD (Artes e Ciências) | 36/2912/08/05 | Ver NM | 12.554.353,96 |
Caderno do aluno – Ibep (Geografia e Filosofia) | 36/2912/08/05 | Ver NM | 12.996.463,72 |
Caderno do aluno – Esdeva (Física e História) | 36/2912/08/05 | Ver NM | 13.572.846,25 |
Caderno do aluno – Multiformas (Matemática e Sociologia, mas caiu fora – fica Plural) | 36/2912/08/05 | Ver NM | 3.386.494,74 |
Caderno do aluno – Posigraf (Inglês e Química) | 36/2912/08/05 | Ver NM | 13.286.501,68 |
Caderno do aluno – Plural (Bio/Port/Mat/Sociol/Educ.Física) | 36/2912/08/05 + 36/1641/09/05 | Ver NM | 28.113.283,98 |
Total | 83.909.944,33 |
Viomundo – O que sabe mais dos tais Caderno do aluno?
NaMaria – Além do mapa com dois Paraguais, de eles terem sido encontrados em caçambas de lixo, os alunos criaram sites com as respostas. Por exemplo, recentemente teve o caso do link que levava os alunos ao impróprio Naked News em vez de site de conjunto de jornais. O NaMaria foi o primeiro a divulgar isso, lembra-se?
Os professores da rede também criticam abertamente a qualidade desses materiais. Pelo que observo na internet, a maioria não os utiliza em sala de aula, mas representantes da FDE já anunciaram a continuidade das publicações – sabe-se lá até quando. É um belo negócio, esse do ensino apostilado.
Viomundo – As editoras privilegiadas por essas compras têm também gráfica. É só coincidência?
NaMaria -- As compras gráficas realmente merecem carinho especial. Se a SEE-SP tivesse gráfica, ela seria das maiores do Brasil. O estado tem a Imprensa Oficial, que poderia — e é usada pela SEE – mas nada se compara aos contratos com empresas privadas. Por exemplo, a Positivo começou como gráfica e hoje, muito graças à Secretaria da Educação de São Paulo, é uma gigante na informática. Para comprovar, basta seguir a história da empresa no DO desde o começo da informatização mais pesada do estado. A Positivo tem a Posigraf, que presta serviços de milhões e milhões à SEE-SP. Não podemos esquecer que bobina de papel é dinheiro disfarçado, faz milagres em eleições, sabia?
Viomundo – E as assinaturas dos jornais Folha e Estadão, Veja, Nova Escola, IstoÉ, Época…?
NaMaria — Dizem que são “materiais” para uso nas salas de professores, na administração e, claro, como apoio em sala de aula. Mas novamente não sabemos como isso se dá, nem qual a justificativa legal para tais compras. Como esses contratos dispensam licitação, não aparecem em DO, embora devessem. Por isso não sabemos a justificativa. Dá só para a gente imaginar – e ninguém pode reclamar se imaginarmos errado.
Quer outro exemplo de absurdo? Há um certo curso de idiomas que está acontecendo agora, outro projeto-piloto. A SEE-SP contratou algumas empresas particulares para fazer o que os professores da rede deveriam fazer: ensinar idiomas aos alunos estaduais. Mas como o projeto chama-se Programa de Aperfeiçoamento em Idiomas, fica parecendo que está tudo correto. Mas ele é muito estranho. Além de uma das empresas, a Multi Treinamento e Editora Ltda, estar em todo canto, pagam mais às empresas terceirizadas do que aos professores públicos. O NaMaria está pesquisando isso.
Viomundo – Da perspectiva de educação tem sentido a compra desse papelório?
NaMaria – Nem todas as compras parecem ter sentido. Sobretudo as feitas sem licitação, como aquelas das assinaturas de Veja, IstoÈ, Época, Folha, Estadão, El País e jornais do interior que mostrei no blog (aqui).
Há pedidos de informação na Assembleia. Há casos em investigação no Ministério Público de São Paulo. Mas não se sabe muita coisa, pois não publicam, demoram demais.
O fato é que o Tribunal de Contas aprova a maioria dessas compras sem ressalvas, julgam “regulares” e ponto. Quando ocorre o inverso, raras vezes, algo se passa que acabam bem da mesma forma, justificam-se as compras e tal. Mas como não temos acesso público às justificativas, sejam quais forem, a incógnita permanece.
Não há tanta transparência assim quanto dizem. Qual o sentido de se comprar só a Veja sendo que há a Carta Capital no mercado também? Por que apenas a Nova Escola se temos a Carta na Escola? Por que não licitar entre as editoras? Qual o sentido de gastar muitos milhões em Microsoft se há softwares livres ou outros que fazem o serviço melhor que os da Microsoft? Por que lançar um programa de venda de computadores para professores e nas máquinas estarem instalados o sistema operacional e as montanhas de tranqueiras da Microsoft que jamais serão usadas?
Ou seja: lançam um programa de “computadores mais baratos” e eles são de marca fornecedora da FDE há séculos (Positivo, por exemplo), com sistema operacional Microsoft e por aí vai. Por que criar apostilas cujos conteúdos são um tanto problemáticos, além de caríssimas, em vez de manter os livros aprovados pelo MEC e ao gosto do professor e seu currículo? Creio que estas e outras perguntas deveriam ser respondidas pelos professores e, logicamente, pelos alunos.
Viomundo – E a Globo onde entra nessas compras da FDE?
NaMaria – Via Fundação Roberto Marinho. Aí, há as apostilas do Telecurso, além dos cursos técnicos comprados pelo Estado. Ou através da Editora Globo, que vende livros, revistas… Pelo que achei até agora temos o pequeno valor de R$54.184.737,71 – entre os anos de 2005 e 2010. Bom, né?
Viomundo – Todas essas compras são feitas sem licitação, mesmo? Isso não seria irregular?
NaMaria – A maioria é sem licitação. A lei da inexigibilidade de licitação – artigo 25 inciso I, da Lei 8666/93, permite isso. A questão é que os contratos, mesmo sem licitação, e a respectivas justificativas deveriam estar no Diário Oficial. Pelo menos esses negócios ficariam mais transparentes. Mas isso não acontece na maioria dos casos. Como eu já disse: as outras secretarias até publicam no DO, a da Educação, raramente. Estranho, não é?
Poderíamos pensar em “ilegalidade” já que frequentemente há similares no mercado. Mas isso não é respeitado ou considerado.
Por outro lado, como se explica a compra por licitação dos materiais do Telecurso da Fundação Roberto Marinho para as escolas técnicas e os supletivos? O Namaria tratou disso (aqui). Por que fazer licitação para um material que somente a Fundação Roberto Marinho faz? Por que sempre entre as mesmas três gráficas licenciadas?
A gente tem de se esforçar e crer que são totalmente legais ou o mundo estaria perdido. Mas é preciso analisar mais profundamente. Por exemplo, há casos de licitações bastante estranhos. O certame para fazer “eventos” é um deles. Tudo indicava um ganhador, uma empresa campeã de contratos, a Objetiva, que é do Eduardo Graziano — irmão do Xico Graziano, funcionário público do governo FHC (assim como o irmão), e depois do Serra. A Objetiva sempre levava todas no mundo governamental, é muito influente.
Por mais que eu leia o DO, os editais e tudo mais, menos entendo esse caso. Nós publicamos no NaMaria o lançamento do edital em 18/agosto/2009 e contamos parte da história, baseada nos documentos oficiais. Apostamos na Objetiva, porque o histórico da empresa sugeria a vitória certa. Mas, no final ela perdeu. Publicamos novo texto com maiores levantamentos. Às vezes quem perde é mais empolgante do que quem ganha. Realmente foi algo “inexplicável”, entende?
Os editais, quando há licitação e são dispostos ao público, mostram muito mais do que se imagina. As compras de software, sempre Microsoft, são impressionantes. Há especificações tão “específicas” que sugerem que são dirigidas.
Aliás, se lermos com atenção as entrelinhas desses “projetos”, acompanharmos o que rezam os editais e conversarmos com professores e alunos, fica patente a filosofia da SEE-SP. Primeiro, vêm os “negócios”, depois o planejamento.
Viomundo – E agora?
NaMaria – Estamos diante de uma situação, cada vez mais preocupante. Há, por exemplo, um grupo de fornecedores específicos que estão no estado há muito tempo. Mesmo com reclamações, multas, serviços péssimos, eles continuam. As empresas camaleão também estão presentes. Empresas que fazem negócios em nome de outras que foram de fato ganhadoras, também – é o caso das antenas parabólicas, do Alckmin, que tem no blog. Ou seja: há uma espécie de terceirização até nisso.
O fato é que, embora tenhamos dinheiro e profissionais para tornar a educação pública de São Paulo equivalente às melhores existentes no mundo, os “negócios” tornaram-na um lixo. É necessária uma devassa nos contratos da FDE e da SEE-SP. Quem vai fazer isso com isenção e seriedade necessárias? Lanço aqui no Viomundo este desafio.
Documentação do py3k e python em formato de ajuda do vim
Ajuda para a biblioteca do python 2
http://www.vim.org/scripts/script.php?script_id=3277#1.0
para py3k
http://www.vim.org/scripts/script.php?script_id=3278#1.0
http://www.vim.org/scripts/script.php?script_id=3277#1.0
Installing this help file will give you access to the Python 2.7 standard library documentation as a Vim help file (available from within Vim by typing ":help py2stdlib"). For this release I've only tagged the module names (otherwise the help tagspace becomes too cluttered). |
install details |
1. Download the file. 2. Change to your $VIMRUNTIME directory (e.g., "cd ~/.vim"). 3. Unarchive the file (e.g., "unzip ~/Downloads/py2stdlib.zip"). 4. Change to the "doc" subdirectory (e.g., "cd doc"). 5. Rebuild the tags: "vim -c ":helptags . | :q" |
para py3k
http://www.vim.org/scripts/script.php?script_id=3278#1.0
description |
Installing this help file will give you access to the Python 3.1 standard library documentation as a Vim help file (available from within Vim by typing ":help py2stdlib"). For this release I've only tagged the module names (otherwise the help tagspace becomes too cluttered). |
install details |
1. Download the file. 2. Change to your $VIMRUNTIME directory (e.g., "cd ~/.vim"). 3. Unarchive the file (e.g., "unzip ~/Downloads/py3stdlib.zip"). 4. Change to the "doc" subdirectory (e.g., "cd doc"). 5. Rebuild the tags: "vim -c ":helptags . | :q" |
Vim: plugin yankring
Este plugin permite navegar entre trechos copiados ou deletados e cola-los de forma simples, basta colar algo e usar Control-p ou Control-n, qualquer dúvida abra a ajuda:
:helptags ~/.vim/doc
:h yankring
Criei um mapeamento para abrir a janela do plugin, para colar uma linha basta pressionar enter.
Você pode baixar o plugin aqui: http://www.vim.org/scripts/script.php?script_id=1234
:helptags ~/.vim/doc
:h yankring
Criei um mapeamento para abrir a janela do plugin, para colar uma linha basta pressionar enter.
Você pode baixar o plugin aqui: http://www.vim.org/scripts/script.php?script_id=1234
Artigo em inglês sobre o vim
Neste link: http://stevelosh.com/blog/2010/09/coming-home-to-vim/
Veja também o site vimcasts com vários videos ensinando a usar o vim:
http://vimcasts.org
estes videos do vimeo também são um espetáculo à parte
http://vimeo.com/user1690209/videos
Veja também essas video-aulas: http://www.derekwyatt.org/vim/vim-tutorial-videos/
Veja também o site vimcasts com vários videos ensinando a usar o vim:
http://vimcasts.org
estes videos do vimeo também são um espetáculo à parte
http://vimeo.com/user1690209/videos
Veja também essas video-aulas: http://www.derekwyatt.org/vim/vim-tutorial-videos/
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